Os estudos apresentados são inspirados em seres vivos cujos nomes científicos poderão já indiciar especulação morfológica: - Aquila chrysaetus, Schistocerca gregária, Parnassius apollo, Hydro medusa, Ceriagrion tenellum, Octopus vulgaris, Lama glama, Dermochelys coriácea, Blatta orientalis, Panthera leo, Loligo brasiliensis, Rhinoceros unicornis, Phyllopezus pollicaris, Boa constrictor, Cyprinus carpio, Myrmecophaga tridactyla... Mas foi na análise das potencialidades plásticas destes seres, em conjugação com registos que derivam da anatomia humana, que se potenciou a invenção de criaturas autónomas para projetos artísticos.

Percorrendo o olhar por cada desenho, damo-nos conta da presença de seres raros difíceis de designar. São metade pássaro metade homem; metade rã metade libelinha; metade gafanhoto metade mulher; metade tartaruga metade lagarto; metade peixe metade pássaro; metade tarântula metade polvo; metade homem metade borboleta; metade cobra metade leão; metade galo metade mulher...

Estes indivíduos ao serem criados em desenho analógico informal (não científico) serão naturalmente completados pela vivência de cada observador, ficando refletidos no seu imaginário. Permanecerão individualmente suspensos nos seus espelhos e ao serem tocados pelo olhar, nunca mais perderão a sua presença no universo das imagens. Ao multiplicarem-se exponencialmente no quimérico poderão viver nele para sempre.

JC.